encostei
costa a costa
qual náufrago sôfrego
arfava de tantas braçadas
em ondas surfistas
pensei atracar e te explorar
porém
costas surdas areias alheias
vegetação vadia e um quê
de pura anarquia
ativou meus sonares
meus arquivos e fechei o programa
saí desordenado
dobrei as mangas
por fim pequei
mordi
lambi
comi
e o gosto veludo
de teu pêssego amordaçou
o céu que em minha boca
teimava em excitar teus calores
voltei à praia bêbada
e bêbado com o marulhar
engoli tua pele, pêlos, carne
deliciosamente
cuspi o caroço
inoculando
e enlouquecendo
a tua semente
Do livro COXAS DE CETIM, 2000, Sérgio Gerônimo, Oficina Editores.
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Coxas de Cetim... acetinadas coxas de cetim aveludado...
ResponderExcluirquanto tempo se passou e elas continuam dando água na boca, principalmente quando o pêssego é deliciosamente comido... quase sem sobrar a semente...
beijos carinhosos no teu coração.
Já sou uma das tuas seguidoras - Alma Rosa -
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carinhosamente
Anna DCastro