(para Nilton Alves)
Os arcos da lapa
ardem de febre
é − ardem
junto a eles as moças-de-boa-família
ardem de febre
os bondes-de-teresa sobrevoando
ardem de febre
cães e postes dualidade inseparável
ardem de febre
as ratazanas que atazanam os hot-dogs
ardem de febre
(cebolas e pimentões também)
os holofotes imaginários desse palco
ardem de febre
é − ardem
a poesia espreita pelas esquinas
elas?
ardem de febre
e eu nesse semáforo quebrado
espero e espero o frio passar
é − espero...
in Código de barras, Sérgio Gerônimo, OFICINA, 2007
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