sábado, 28 de novembro de 2009

febre

(para Nilton Alves)


Os arcos da lapa
ardem de febre
é − ardem
junto a eles as moças-de-boa-família
ardem de febre
os bondes-de-teresa sobrevoando
ardem de febre
cães e postes dualidade inseparável
ardem de febre
as ratazanas que atazanam os hot-dogs
ardem de febre
(cebolas e pimentões também)
os holofotes imaginários desse palco
ardem de febre
é − ardem
a poesia espreita pelas esquinas
elas?
ardem de febre

e eu nesse semáforo quebrado
espero e espero o frio passar
é − espero...

in Código de barras, Sérgio Gerônimo, OFICINA, 2007

Nenhum comentário:

Postar um comentário