a vida é tão curta
e minha capacidade de criar tão intensa
quase me perco e delirante misturo
da imaginação abuso e peco
mas não impeço o futuro
acoplado contigo em denso nevoeiro
em sons plenos do conhecido desejo
em cores ardor cintilantes
olhos extasiados à visão turva
cabelos armados qual louca
ao teu ouvido
o ardente silêncio de minha boca
minhas mãos adelgaçam tua cintura
as tuas tragam no aperto minha nuca
tu me amas!
a vida é tão curta
e minha alma tão tensa de viver
que permaneço dopado desequilibrado
eu sei
me esforço para não contrariar o devaneio
às vezes me rebelo o elo arrebentar quero
porém não importa
se não for teu corpo... ao meu dorso
tua força suprema chama
e de olhos estrelados
sou desmaterializado
ardo sobre tua cama
acorrentado por teus anseios sou
escuto teus lábios siderantes
aperte...
sugue...
beije...
a vida é tão curta
e minha capacidade de criar tão intensa
e minha alma tão tensa de viver
e minha vida...
e minha vida?
ainda assim é tão curta!
Sérgio Gerônimo & Flávio Dórea, in CONVERSA PROIBIDA, 2009, OFICINA
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Lindo poema. Vida curta e rara... Abraços
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