A estação ferroviária do méier ainda dormia
quando maria colombina
do alto de seus um metro e oitenta
mais dez de tamanco gritou
berrou lá de cima da ponte
ontem fui rainha
ontem fui rainha
naquela madrugada de cinzas
maria colombina olhos encerados
rímel des-ri-ti-ma-do
serpentinou umas cervas
e como fetiche repartiu-se
em confetes para gregos e gregórios
ontem fui rainha
ontem fui rainha
do meio da praça com duas lâmpadas bêbadas
o coreto bocejou e praguejou um coco de pombo
no tombo pela escadaria degraus abaixo
daquele monumento mais do que carnalvalesco
e vejam só a alça do tubinho apertadinho
esticado silicone fio-de-aço
não agüentou o amasso
e mostrou todo aquele corpinho passista
ora, ora, qual o quê!
mary columbus para os gringos
ajeitou os brincos de estrasse
rodopiou numa ginga capoeira
e se foi pela rua dias da cruz
ontem eu fui rainha
ontem eu fui rainha
um bonde parado no tempo a tudo assistia
e joão nogueira cantava:
“você sabe, eu sou do méier...”
Sérgio Gerônimo, in CÓDIGO DE BARRAS, Oficina, Rio/RJ, 2007
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Show de bola!!!
ResponderExcluirE aí, vamos filmar???
è só tu marcar a data!!!
:D
Pazzzzzzzzzzz
Confesso que vejo muitas afinidades entre sua Mary Colombus e o meu Homem-Peixe. Rsrsrsrs. Como diria Shakespeare, forma feitos da mesma matéria. Irreverente, criativo e picaresco.
ResponderExcluirObrigado pela visita ao noso Emaranhado.
Abrçs!!!